sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Imagine Cup é terra de pernambucanos

Matéria retirado do Jornal do Commercio - Caderno de Informática

Publicado em 15.08.2007

Nas últimas três edições do evento da Microsoft que reúne estudantes de tecnologia de todo o mundo, alunos do Estado participaram – e se destacaram. Alguns são inclusive veteranos na disputaSEUL – Não é fácil se destacar no mar de rapazes de jeans e tênis de mais de 60 países diferentes que forma a Imagine Cup, um universo em que a tecnologia é a ferramenta comum e o inglês é a língua oficial (sim, as moças são minoria e o nível de domínio do idioma anglo-saxão às vezes compromete, principalmente entre os asiáticos). A idéia para uma das nove categorias precisa ser inovadora. Mas não basta. É preciso saber “vendê-la”, no melhor sentido que o marketing pode dar à palavra.
E isso os meninos de Pernambuco sabem bem. Este ano foi o primeiro lugar em Sistemas Embarcados com a equipe TriventDreams. Ano passado foi o segundo lugar em Projeto de Software (Trivial Team). Em 2005, o primeiro lugar em Solução para Microsoft Office (Solvent-OD) e o quarto lugar em Projeto de Software (Solvent-SD).
Este ano, o projeto da TriventDreams, o e-du, se propunha a atacar um dos problemas vitais da educação, tema da competição deste ano: o analfabetismo. No melhor estilo Paulo Freire, a solução que eles criaram permite ao aluno aprofundar conteúdos dentro do seu campo de conhecimento. Daí porque o professor pode adaptar as lições para cada aluno de forma rápida, contando com recursos animados e com a interação entre os alunos.
Como o computador e a internet em alta velocidade ainda são uma quimera para milhões de alunos do Brasil e do mundo, os rapazes – André Furtado, Carlos Eduardo Rodrigues e Ivan Cardim, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Roberto Soninno, da Universidade de São Paulo (USP) – colocaram o sistema em um hardware de baixo custo, o e-box (obrigatório nessa categoria), que pode ser interligado com uma televisão qualquer e operado com uma caneta especial que funciona como mouse. Com a ressalva que a solução também pode ser colocada em computadores de potencial limitado, como máquinas doadas por empresas a telecentros ou portáteis de baixo custo, como o que ficou conhecido como notebook de US$ 100.
Para atuar como motivador do aprendizado, o time inseriu no projeto um fantoche articulado digitalmente batizado de Waldomiro que interage com o aluno, assentindo nas respostas certas e estimulando a se tentar novamente diante de respostas erradas. “No futuro, a voz que hoje está no computador poderá sair do Waldomiro”, explica Rodrigues. O time contou com o design de Eduardo Soninno, irmão de Roberto e campeão com ele da categoria Interface Design na Imagine Cup do ano passado. Todos os integrantes da equipe TriventDreams, aliás, já participaram com destaque de outras edições da Imagine Cup.
Pelo projeto, cada solução custa hoje US$ 230, fora o hardware, que custa outros US$ 120. “No futuro, pretendemos conseguir baixar esse custo”, diz Furtado. O e-du foi colocado em prática antes da Coréia do Sul com alunos de alfabetização de 4 a 6 anos do Colégio Madre de Deus, no Recife.
Os estudantes pretendem aperfeiçoar o protótipo e levar o projeto adiante.

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